quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Shakespeare Apaixonado

Revi hoje de madrugada "Shakespeare Apaixonado". Gosto bastante deste filme por vários motivos, mas o principal deles é a sequencia da estréia de "Romeu e Julieta". Gosto especialmente da parte logo após o final da peça quando os soldados invadem o palco para prender todos por exibirem uma mulher em público e a própria rainha Elizabeth intervém evitando a prisão de atores e "produtores" da peça. Neste momento a câmera nos transporta várias vezes para o alto das galerias de onde podemos ver aquele espetacular elenco (Judi Dench, Geoffrey Rush, Simon Callow, Tom Wilkinson, etc) interpretando naquele palco. Pra mim aquele momento é uma declaração de amor ao teatro e nos lembra o quão grande privilégio é presenciar talentosos atores em cena. Em uma época em que os efeitos visuais, desde explosões a mulitilações que seriam censuradas em documentários de guerra - como "Velozes e Furiosos", " massacre da serra elétrica" ou o remake de"Sexta-feira 13" - ou as continuações de qualquer filme tosco que tenha dado lucro - como "A pantera cor-de-rosa 2", "+ Velozes e + Furiosos" e "E se eu fosse você 2" - predominam nas salas de cinema, é importante lembrarmos que boas atuações são algo maravilhoso de se presenciar, seja ao vivo, seja pelo intermédio da câmera. Este é um dos motivos pelo qual gostaria de ser diretor de cinema. Trabalhar com atores talentosos seria um prazer, uma honra.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

The wrestler


Bom se você não vai assistir o filme. Eu to colocando aqui a melhor parte dele.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

The wrestler

Isso devia ter sido feito há quase uma semana atrás, mas só tive tempo de assistir o filme hoje. Então ai vai o que achei em três palavras de The Wrestler: Marisa Tomei Pelada. Bom se isso é mesa de boteco, isso é o que tenho pra falar.
Mas é um bom filme, barato sem elenco. E sem duvidas a redenção do Mickey Rourke. Que há décadas não tinha nada bom de verdade, com exceção de Sin City. Mas acho que Sin City não conta muito. Mas deixa isso pra lá esse post não é pra falar dele.
Não quero analisar o filme, mas ele me faz pensar assim como fez o Vô ai em cima. Mas não acho que o segredo seja viver tudo hoje, sem pensar no amanhã. E sim viver todos os dias aos poucos cultivando boas experiências e boas pessoas ao redor. Cultivar amigos de verdade. E tentar não quebrar tudo no caminho para a velhice. Porque chegar lá só com cacos, não vai te fazer bem. E ai sim você vai viver de passado, contando bravatas, que às vezes parecem ou são mentiras, e o pior contando pra gente que muitas vezes nem quer te ouvir.
Acho que essa é uma das cenas mais legais do filme, onde ele paga um lap dance, pra ser ouvido.
E outra coisa que me fez pensar foi a relação com a filha. Porra, como alguém pode abandonar um filho, e como um filho pode se virar contra um pai. Não quero discutir a qualidade de pais ou filhos, mas amor é uma coisa que liga essas pessoas. E vejo isso na minha casa, a forma como minha mãe é carinhosa e atenciosa com meus avôs. Meu pai era o mesmo com os seus pais até morrerem. E a forma como eu trato os meus. E sem duvidas se um dia eles precisarem de mim, não vou virar minhas costas. E meus irmãos também não. Na velhice, precisamos de todo mundo perto, é muito vazia, muito sozinha. Isso talvez seja um ponto pra eu repensar se não quero mesmo ter filhos. Por que quem vai cuidar de mim quando ficar velho?
Tenho duas opções, fico ricão e pago uma moça pra me aturar e me trair ou sigo com o plano de quando tinha uns 13 anos de idade e suicido num Dodge Dart 70 quando tiver 39, com a alegação de não querer ficar velho e ser rebelde claro. É as minhas opções não são boas. Mas os amigos são, e espero que as mulheres deles sejam boazinhas comigo, se não achar uma mocinha pra me aturar.
Bom mas acho que o filme é uma lição do que não fazer. De viver todo dia, ao invés de chegar a um ponto e só viver de passado, tentando ser um mártir. De não queimar todo o seu fogo de uma vez. E ficar soprando brasa no fim. Bom pra mim serviu pra ver o que não quero pro meu fim, e está me fazendo pensar o que tenho que fazer hoje pra ter o conforto que quero amanhã. Mas sem ficar só pensando no futuro e deixar meu hoje de lado. Por que quem vive pensando demais no amanhã, é pior que quem vive de passado. Por que esses sim não vão ter nem bravatas pra contar.
Ai chega que não to chegando a lugar nenhum.
Resumo: Vive hoje, com um olho no dia de amanhã, e fazendo o melhor possível, e sendo o melhor possível em tudo que fizer. Conserve seus amigos e não, não suicide em um Dodge 70 por que isso pode ser engraçado, mas não é solução.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O Lutador


Domingo fui ver O Lutador. Muito bacana o filme. Ele conta a história de um lutador de wrestling veterano que tem encarar sua velhice e decadência. Fiquei pensando na velhice, no final de nossa vida. Deve ser foda enfrentar essa época, pois acredito que nela aqueles personagens que criamos para nós mesmos se esvaem, se mostram verdadeiramente falsos e vazios. O sarado, a gatinha, o/a atleta, o/a caxias, personagens que inventamos pra tentar descobrir quem somos , mas que não passam de criações muito menores do que nossa verdadeira essência (com a licença de Platão). Músculos se atrofiam, a beleza perde o frescor, a agilidade dá lugar à lentidão dos passos e a boa memória à senilidade. Esse é o inevitável fim. Quando ele chega só temos nós memos e as consequências de nossas escolhas na juventude. O fim pode ser triste se não percebermos agora que nada dura para sempre, nem mesmo quem acreditamos ser. Prender-se à ilusão da eternidade das coisas só vai nos levar a um saudosismo, à uma nostalgia depressiva. Quando tudo passar, não adiantará tentar reviver o passado, pois ele também não existirá . Isso tudo só me faz reforçar a vontade de fazer o máximo agora. O Eu de agora faz X coisas que o Eu de amanhã não poderá fazer. Tenho que aprender a viver mais o hoje. "O tempo passa rapidamente. Não desperdice sua vida em vão" são as palavras do mestre.

ps: Ah, um filme muito, muito bom também sobre a perda da fama e a decadência é "Crepúsculo dos Deuses" (Sunset Boulevard) do Billy Wilder, de 1950. O filme é genial, fotografia linda, interpretações primorosas, um roteiro fantástico e surpreendente, apesar de muitas vezes imitado ao longo desses 58 anos de cinema que o sucederam.