terça-feira, 28 de abril de 2009

Mudança de endereço

Olá pessoal!

Por motivos técnicos, o Cine Lagoinha mudou de endereço. Agora está em

http://cinelagoinha.wordpress.com/

Acesse e curta com agente.

Abraços e até breve!!!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Doubt


Seguindo o conselho de uma amiga que normalmente tem um gosto para filmes um tanto quanto confiável. Assisti Doubt. É um bom filme, alias muito bom. Com atuações primorosas de Meryl Streep, Philip Seymour Hoffman e Amy Adams.
O filme gira em torno das suposições de uma Irmã em torno das intenções de um padre com mentalidade um tanto quanto a frente do seu tempo para com um garoto negro. A história se passa em uma escola católica no Bronx no ano de 1964.
O tema infelizmente é muito comum nos dias de hoje. Cobrindo manchetes de jornal e gerando escândalos por toda hierarquia da Igreja Católica. O que é engraçado, pois minha avó, católica fervorosa como é acha isso um absurdo. E se quer permite minhas piadinhas a respeito de um padre que é amigo da família, cujo qual meu irmão foi coroinha durante algum tempo. O fato é que existem vários “causos” lá na cidade de onde venho de que o Padre já tenha se engraçado com os coroinhas. Historias muitas vezes corroborada por pais e pessoas muito próximas da minha avó. Que simplesmente opta por não enxergar a verdade latente.
Mas pensando sobre o filme fico me perguntando. Que direito uma pessoa tem de criar suposições, e acusar alguém sem ter provas. Bom a igreja fez isso por séculos, criou, manipulou provas apresentando tudo da forma que mais lhe convinha. Bom melhor não entrar no mérito da igreja ou senão daqui a pouco estou falando sobre o massacre de Judeus na segunda guerra mundial.
Enquanto isso o que o filme mostra é que uma criança negra sensível que sofre nas mãos do pai encontra abrigo e respeito em um Padre, pessoa que ele se torna um admirador. Isto é visto de forma negativa e maliciosa pela freira. Acredito que pra criar este tipo de suposição quanto a alguém ou você tem que odiar muito essa pessoa ou simplesmente ser capaz do tipo de atrocidade que está projetando no seu próximo. Na minha opinião, Meryl Streep vive uma mulher amarga que não soube conviver com a dor de perder o marido na guerra e resolve se entregar a Deus, porém ignora o fato de ser humana e ela sim sofrer de desejos reprimidos.
O roteiro do filme é muito forte, e muito bom, onde não te mostra nada, mas te da margem para enxergar ambos os lados. E por que não optar.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Valkyrie



Não tive coragem de pagar pra assistir Valkyrie no cinema. E vinha enrolando a mim mesmo com o filme no computador a mais de uma semana.
É difícil achar motivação pra assistir algo onde já se sabe o final. E no caso de Valkyrie qualquer aluno da 5ª serie do ensino médio te conta que eles vão falhar. Mas é ai que a estrela do diretor brilha ele sabe que não vai conseguir suspiros com o “será que eles vão conseguir” por tanto opta por mostrar o motivo de tudo ter dado errado. Como algumas coisas foram precipitadas e muitas outras deveriam ter ocorrido mais rapidamente.
O filme começa lento, cresce aos poucos e apresenta todos os personagens chave da história. O que torna o filme envolvente e em um segundo momento dinâmico. Baseado em fatos reais a trama do filme deixa tudo mais interessante.
Apresenta um lado do exercito Alemão que a grande maioria desconhece. Sempre imaginei o exercito Alemão como uma unidade. Nunca pensei que houvessem pontos dissidentes. E o filme apresenta isso, e ao mesmo tempo apresenta a unidade e o choque das pessoas ao escutarem que o Fuhër está morto.
O diretor tem outros trabalhos interessantes entre eles The Usual Suspects que tem um dos finais que mais gosto no cinema.
Tom Cruise não acrescenta nada ao filme. Em compensação Tom Wilkinson convence que poderia ser um general que sabia de tudo mas que jamais se viraria contra Hitler. O que faz com que sempre que ele está em cena surge uma tensão no ar. O filme ainda conta com Kenneth Branagh e Bill Nighy.
Acho que a melhor cena do filme é quando a vitrola está tocando a cavalgada das valquírias de Wagner e os filhos do Tom Cruise marcham ao som. E que só me faz lembrar de um dos melhores filmes de guerra que conheço. Apocalypse Now, por que “Adoro o cheiro de napalm pela manhã.”

quarta-feira, 25 de março de 2009

Goonies


Que falta de vergonha comentar Goonies. Mas eu adoro esse filme. Cresci assistindo ele no temperatura Máxima e Sessão da Tarde. E me faz lembra de infância e de como as coisas eram simples naquele tempo.
Escola, dever a noite, quando não copiava antes da aula, piquenique, andar de bicicleta, jogar atari e master system e beijar as coleguinhas escondido. Ah como aquele tempo era bom.
Chega de nostalgia, acho que não existe ninguém que não tenha assistido Goonies ou que não saiba que a trilha sonora é da Cindy Lauper. É um dos filmes do Spielberg que mais gosto. É infantil, cheio de truques e coisas que não fazem o menor sentido e não tem a menor condição de ser. Mas é essa fantasia o que mais diverte no filme e claro o Sloth.
Vale a pena ver de novo, e junto que tal assistir também Curtindo a vida adoidado, Edward Mãos de Tesoura, Indiana Jones, O mágico de Oz, Conta comigo, karate Kid, Meu primeiro Amor, Beetlejuice, Splash uma sereia em minha vida.

terça-feira, 24 de março de 2009

Boogie Nights




Uma das melhores trilhas sonoras que eu conheço. Cabe perfeitamente junto com Fear and Loathing Las Vegas e Pulp Fiction. Claro que é uma linha completamente diferente, mas ainda assim muito boa.
É o primeiro grande filme dirigido por Paul Thomas Anderson, cujo currículo inclui Magnólia e There Will be Blood. E de quebra um filme que mostra que o Adam Sandler aquele cara meio Goofy de filmes da Sessão da Tarde, tem algo de ator escondido em algum lugar. Punch- Drunk Love é muito bom e muito engraçado.
Mas voltando a Boogie Nights. Filme de 1997, com um elenco muito bom. Engraçado, semana passada falei que não achava o Mark Wahlberg essa coisa toda, mas com esse filme tenho que rever isto por que ele está muito bem. E o elenco ainda conta com Don Cheadle, Burt Reynolds, Juliane Moore, Philip Seimour Hoffman e a linda e super sexy Heather Grahan, como a Rollergirl. O filme se passa na virada da década de 70 pra 80. Apresentando a vida de Dirk Diggler um ator pornô e o relacionamento dele com fama, dinheiro, drogas e o meio onde vive.
Esse filme foi por muito tempo um dos preferidos de um primo meu. A caracterização das roupas e musicas da década de 70 são realmente muito legais e é muito engraçado ver um povo um tanto quanto alienado que acreditam serem estrelas de cinema. Mas acho que o que encantava mesmo o rapaz era o tamanho do documento do Dirk Diggler. Já que ele sempre se orgulhou de dizer que era portador de algo um tanto quanto confortável pra não dizer pequeno.
Filme classe A se não viu, vá à locadora mais próxima e pegue a edição com vários e vários extras que é fantástico. Se não conhece nada de Paul Thomas Anderson então e dever de casa. Vá é pegue tudo, There Will be Blood tem um final fantástico, sádico. Magnólia tem um elenco estelar e é muito bom, um pouco complicado pra algumas pessoas, mas com umas 2 assistidas com certeza da pra tirar quase tudo que tem pra se ver ali, e é um filme muito bom, sem falar que chove sapo. E Punch – Drunk Love é divertidíssimo é uma comédia inteligente sobre gente comum, e conta com um Adam Sandler trabalhando como um ator de verdade, o que ele devia tentar mais vezes.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Slumdog Millionaire

Novamente uma coincidência Eros. Eu vi Slumdog semana passada e ia postar aqui. Concordo plenamente com você sobre as semelhanças com Cidade de Deus. A pobreza videoclipada. Isso , entretanto, vai além da estética de ambos os filmes: é um modo de retratar a pobreza de modo do modo mais bonito possível. Não sei, não gostei muito do filme. Acho que o filme nem merece essa repercussão toda. O Oscar, pra mim, foi meramente político, destacando duas utilidades principais do filme.

1º: O filme é, como disse John Stewart, "o filme otimista mais triste de todos os tempos". A "moral da história" do filme é que não importa as merdas pelas quais você passa na vida, se estiver escrito que você vai ter sucesso, então não há quem ou o quê para evitar que isto aconteça. Traduzindo pra hoje em dia: os EUA passaram por várias crises e guerras e conseguiram ser a maior nação do mundo. A crise de agora é só mais uma merda que nos fará sofrer hoje, mas que amanhã servirá para nos tornar mais fortes. Viagem minha? Acho que não. Esse otimisto somado a resquicios do "destino manifesto" do século XIX são o que os EUA precisam agora (além de um belo pacote anti-crise, é claro).

2º: Este eu considero o principal: penetração no mercado indiano. Na índa são vendidos mais de 1 bilhão de ingressos de cinema por ano (o 1º no mundo, sendo bem mais do que nos próprios EUA e mais do que o dobro do 3º colocado. No Brasil são vendidos míseros 90 milhões). Este filme será para o cinema indiano o que o "O Tigre e o Dragão" foi para o cinema chinês. Podemos esperar muitas outras produções indo-americanas por aí.

Bye-bye indian style. \o/ \o/ \o/

terça-feira, 17 de março de 2009

Cidade de Deus

Velho post novo


É até falta e vergonha comentar Cidade de Deus. Afinal o filme já tem história. Mas aqui na Europa ele é tão famoso e todo mundo fala tanto que resolvi ver de novo. O filme já é mais famoso que o Pelé. Mas ainda perde pro Rio. Opa o filme se passa no Rio. Vai ver é por isso que todo mundo sabe do Rio. E claro o fato de o Ronaldo ter pegado travesti lá também ajuda um pouco.
Bom o filme continua ótimo. Isso todo mundo já sabe. E acho que não vou colocar nada novo aqui. Mas assisti Slumdog Millionaire a pouquinho tempo, e quando assisti, achei que tinha coisas lá que me lembravam CDD. E hoje revendo tive certeza disso.
O propósito desse blog não é fazer análise. Mas é impossível não comentar que a estrutura da história a edição rápida e a câmera livre, bem aquela coisa de uma câmera na mão e uma idéia na cabeça, que veio do cinema novo. Está muito presente em SM. E isso me faz pensar. Será que isso não vem um pouco do nosso Brasil Varonil.
Particularmente adoro Danny Boyle, o diretor de SM. Os primeiros filmes da sua carreira são clássicos, e nunca faltou criatividade em sua câmera e em seus takes. Como Trainspotting, ou Cova Rasa, que são filmes independentes, mas ricos em detalhes e com roteiros fortes e direção criativa. Não estou dizendo que SM seja ruim. Pelo contrario é um filme muito bom, e possível candidato ao Oscar. Mas ele não é inovador, a história da criança que cresce em meio ao lixo, mas simplesmente é diferente e não quer fazer parte da bandidagem, é muito Buscapé de CDD. A forma que as respostas das perguntas são dadas. Contando a história desde a infância, mostrando como o destino e o acaso influenciaram a vida do garoto. Simplesmente não consigo parar de associar o filme a CDD.
A história de SM é baseada em um livro, por isso não vou ser estúpido e falar que foi baseado no Rio. Mas a direção do filme foi inspirada, isso eu sou obrigado a dizer. Talvez esteja sendo um pouco arrogante e um tanto quanto prepotente, fazendo uma análise dessas mas a proposta desse Blog é falar o que estamos sentindo, e foi isso o que senti em relação ao filme.
Acho que seria bom se todo mundo assistisse aos dois filmes, assim poderiam dizer: “ta doido demais” ou simplesmente,“é talvez ele tenha um ponto aqui”.
Mas uma coisa é fato. Desde que Dany Boyle começou com projetos de Hollywood, como A Praia Sunshine, e outros que não me lembro o nome ele perdeu muito de sua essência.
Slumdog Millionaire é um filme muito bom que trás de volta todo o brilho que DB havia conquistado com Trainspotting, Cova Rasa e até com A lIfe less Ordinary. Esse ultimo é um filme de gosto pessoal, que acho que tem um humor negro fantástico e que me diverte muito, mas entendo que muita gente o ache fútil e bobo.
Bom mas uma coisa é certa Cidade de Deus é melhor, ou mais original, ou eu to falando muita merda hoje. Mas como não tem mais ninguém pra eu falar português aqui em casa tenho que descontar de alguma forma.

Max Payne

Eu e o Vô tínhamos combinado de fazer um post sobre o mesmo filma a cada 15 dias, mas não temos nos falado e por coincidência essa semana assisti Max Payne pela segunda vez.
E como não estou pensando em ser professor nem nada vou falar do filme e não de variações, tendências e nuances. O filme é bom?!. Não. Não é bom. Mas diverte. O gráfico e a fotografia são sim muito legais. Mas como o jogo sem duvidas figura no meu top Five criei expectativas muito grandes para o filme. Mas é entretenimento e muito melhor que muita coisa que anda aparecendo nas salas de cinema.
Quanto ao Mark Wahlberg, não acho que ele seja um ator extraordinário, mas gosto de vários de seus filmes e cada vez mais gosto do que ele está produzindo.
Existe um seriado que se chama Entourage onde ele é o criador e o produtor executivo e a história é baseada no inicio de sua carreira. É uma série da HBO isso já deixa claro que é de qualidade e merece ser assistida. São 5 temporadas até agora cada uma com 12 episódios e a sexta está prometida para meados deste ano. Por tanto se filmes de ação não são muito a sua praia dê uma olhada em Entourage por que é humor e é inteligente.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Max Payne


Tá aí um filme legal se você tiver a fim de ver bastante tiro e ação sem ligar muito pro roteiro e tudo o mais. Sua fotografia é toda baseada no uso forte do contraste e na pequena presença de cores, sendo o filme em alguns momentos quase preto e branco. Mas isso não te lembra nada não? Bem, o poster a seguir vai dar a resposta.




Aaahh!! Sin City. Filme revolucionário na estética. Tanto os enquadramentos quanto a fotografia seguiam a HQ original do Frank Miller. Essa fotografia foi repetida em 300, também baseado em uma HQ do Frank Miller. Quer dizer, até aí tudo bem, por que a estética adotada era a do desenhista, apesar dos temas serem distintos, dos tipos de personagens serem completamente diferentes e assim por diante. A questão é que esta estética "milleriana" funcionou tanto que quase virou padrão. Eu entendo o uso do contraste sombra-luz pra reforçar a dualidade das personagens, afinal isso não é novidade nenhuma, no cinema - falo dos filmes expressionistas da década de 1920-30 e, principalmente, dos filmes noir da década de 1940 - contudo reforços estilísticos sempre estiveram à disposição de uma temática, no caso dos filmes noir era pra destacar a dualidade do anti-herói, dividido entre o mundo em que vivia e o submundo em que atuava, seu lado "mocinho" contra seu lado "bandido" e assim por diante. Max Payne, assim como Sin City, trabalha esta temática, apesar de que bem superficialmente, por isso entendo o uso da estética "milleriana", mas também há muitos filmes recém lançados, com a mesma estética, apenas por que esta tem apelo junto ao público-alvo. Então agora é esperar pra ver, pois talvez seja o nascimento de um novo gênero, talvez seja a aurora do "neo-noir", mas por enquanto é apenas moda.

segunda-feira, 9 de março de 2009

The Watchmen





Who watches the wachmen?
Perdoem minha ignorância, mas não sabia mesmo o que o filme tratava. Quer dizer sabia que era baseado num quadrinho. Mas só depois de uma rápida visita no Wikipédia é que fiquei realmente a par da situação.
Posso dizer que gosto dos filmes baseados em quadrinhos. Principalmente quando o herói é cínico, sarcástico, amargo e quando o final não é feliz. Acho que odeio o Superman talvez alguns outros, mas sem duvidas odeio o Superman.
Mas voltemos a Watchmen. Fui ao cinema hoje e devido a um atraso pra sair de casa, acabei na vendo o The International que era minha primeira opção. Então The watchmen, a mídia falava tanto disso e do quanto esse filme era esperado que acabei me rendendo.
A abertura do filme é muito fina e a trilha sonora me fisgou na hora. Só conseguia pensar, “esse filme vai ser muito bom”. Apesar de achar as fantasias dos Vigilantes mascarados meio ridículas. As cores do filme e a definição das imagens me deixaram meio espantado. O filme é bonito visualmente, mas duas horas e quarenta e três minutos é muita coisa. O filme é bom é cínico, sarcástico com dilemas éticos e morais ou amorais. E muito mais profundo do que o simples fato de salvar ou não o mundo das garras do poderoso vilão. É bem o que o Wikipédia fala a respeito dos quadrinhos. E talvez tenha que assistir mais uma vez pra assimilar tudo o que o filme está me vendendo. Mas a uma primeira vista achei o filme meio cansativo. Meio confuso. Mas é assim que tem que ser segundo os quadrinhos.
Gostei dos atores a maioria relativamente desconhecida. O filme ainda faz piadinhas a respeito dos texanos no poder nos US o que é hilário afinal o Bush é a piada da década. E olha que nem falavam dele já que a historia se passa na década de 80. Mas não tem como não falar que me tornei fã do Rorschach, ele é um psicopata com traumas de infância perseguido pela policia e ainda assim do seu jeito meio louco um herói.
Além disso, o filme conta com muito sangue, parece até um Kill Bill, mas com ossos expostos e imagens um tanto quanto fortes, que para os de estomago fraco pode dar meio que um “revertério”. E com certeza não é filme de criancinha fã do Batman. Os heróis são maus e se divertem em matar e ferir e humilhar. Sem falar que tem a atriz que representa uma das heroínas nua e ela é bem gostosa. E o puto do Billy Crudup que é o nome mais conhecido do filme pelado a cada 15 mim e de quebra azul. Meio bizarro.
O filme é bom, acho que nem é cansativo não, mudei de idéia, agora estou pensando tanto no filme e vendo os lados positivos. É inteligente e critico. Acho que ele ainda não está em cartaz no Brasil, mas assista assim que chegar. Acho que minha primeira impressão do filme tem um poço a ver com o cara que estava comigo que só gosta de filme com o Jackie Chan e comedias em geral.
Ia ser interessante viver em uma realidade com vigilantes, quem sabe assim as coisas fossem mais seguras nas nossas metrópoles, menos atrocidades. Ao mesmo tempo quem ia regular o que é certo e o que é errado, talvez se tornasse uma espécie de anarquia e violência gratuita, mas é tão surreal pensar isso que acho que eu ia me divertir em um primeiro momento. E depois ia condenar ou ser morto por um puto mascarado.

Gilbert Grape


Caceta de filme esse Gilbert Grape (que ganhou o infame subtítulo "Aprendiz de sonhador" em terras tupiniquins)!!! Demorei pra assistir, não dei muita bola pra ele, mas valeu cada segundo. Sempre tinha ouvido falar da performance do Di Caprio e realmente o cara faz jus aos prêmios e indicações recebidos. Eu já tinha visto o Diário de um adolescente portanto já sabia que o cara era bom, mas mesmo assim me surpreendi. Mas não é (apenas) por isso que tô escrevendo sobre o filme. Tô escrevendo porque quando acabou o filme pensei: "Cacete, é isso aí mesmo! A estrada tá chamando!" E quando eu digo "estrada" não quer dizer literalmente que preciso viajar, sair de BH (apesar disto ser parte dos meus planos), mas, assim como no filme, a estrada é a própria vida. E em ambas você tem duas opções: ou você caminha ou fica à margem assistindo os outros e, sinceramente, cansei de ficar do lado de fora. Mas falar (e escrever) é uma história, fazer é outra, meus caros...

sexta-feira, 6 de março de 2009

Fried Green Tomatoes



Passei anos me negando a assistir este filme. Sem um motivo especifico, mas acho que sempre pensei que era água com açúcar demais pro meu paladar sarcástico.
Essa noite completamente entediado, coloco em um dos canais da maravilhosa TV irlandesa, que sinceramente, domingo a noite é pior que no Brasil, afinal vocês tem o Fantástico; bom mas lá estava o filme nos créditos de abertura.
E acabei me rendendo um pouco por falta de opção, mas o filme não seria tão famoso se não fosse bom. E lá fui eu em uma maratona de umas duas horas, que por incrível que pareça me prendeu de uma forma, que chegava a ficar impaciente nos comerciais.
O filme é muito bom, e a cena que a Cathy Bates bate no fusca no estacionamento, e fala pras garotas que ela é velha sim mas que ao menos tem dinheiro pra pagar um seguro descente , e ri desesperadamente é muito boa. E me mostrou de onde saiu um causo que eu acreditei ser verdade por muito tempo.
É muito engraçado ver a Cathy Bates representar uma mulher na menopausa por que vivi toda essa loucura com minha mãe. Chorava sem motivo ria sem motivo, gritava, brigava, me condenava a um anti doppin com direito a todas as espécies de substancias possíveis e imagináveis no planeta terra.
Mas o ponto forte do filme é sem duvidas a amizade que é descrita, e a forma como viver sem se preocupar muito com o que as pessoas pensam ou falam ajuda a viver uma vida mais cheia, com mais amigos e sem duvidas mais feliz e cheia de histórias malucas pra contar. Afinal as melhores histórias sempre estão onde agente não deveria estar, e se minha mãe soubesse da “missa a metade”, provavelmente ia ter me colocado em um hospício há muito tempo atrás.
E a forma como as duas histórias paralelas são contadas e se tornam uma só é muito interessante. Mostrando que uma amizade verdadeira e um pouquinho de hormônio é o que realmente te ajuda a enfrentar de cabeça erguida os problemas e parar de sentir pena de se mesmo , se tornando alguém mais forte e porque não dizer feliz.
01/03/09

Eagle Eye



Gosto do Shia LeBouf, mas esse filme é muito Inimigo do Estado. Lembra aquele filme de 2000 e qualquer coisa com o Gene Hackman e o Will Smith, é a mesma coisa.
Ação do inicio ao fim. Agente deixa o cérebro do lado de fora da sala e entra pro filme.
Sem exageros, me diverti, é me diverti, e tenho certeza tem uma dúzia de pessoas que posso indicar esse filme que provavelmente vão me dizer. “porra muito bom, tinha muito tempo que não via nada tão bom”.
Mas não é meu estilo, porem me fez pensar. Quão surreal seria se realmente estivéssemos mesmo sendo vigiados 24/7. As vezes fico pensando nisso, tenho certeza que o Google monitora tudo o que fazemos, porque é praticamente impossível viver sem usar ao menos 1 das dezenas de serviços deles. E eles tem controle disso e estatísticas, ou seja, talvez não seja tão surreal. Fico vendo o Fred o Austriaco que mora comigo que senta na frente do computador e tampa a câmera, e ainda fala “sei que é paranóia, mas não consigo deixar de pensar que isso é um olho e está me olhando, e vai saber quem pode estar fazendo o mesmo, melhor não arriscar né”.
O filme é mais do mesmo.

Gran Torino




“ Is like Dirty Harry has never left”. É a imprensa está certa sobre isso.
Tenho que confessar que sempre fui fã do Clint Eastwood, acho os westerns foda, e adoro os filmes de guerra e sem duvidas Dirty Harry. Mas de uns tempos pra cá estava meio cansado, por que tudo que via com ele ou com a direção dele, era meio bolo. Tipo formula pré fabricada pra ganhar Oscar.
Não me crucifiquem ainda, acho que million dollar baby e Mistic River são filmes muito bons. Mas eles são iguais, é o drama onde acontece uma atrocidade e fica aquele embate moral de fazer ou não fazer algo que vai mudar a vida de varias pessoas. O cartas de Iwo Jima e Flags of our fathers é uma forma bacana de ver uma mesma historia por dois lados, achei um projeto fantástico, mas sinceramente esperava mais dos dois filmes. Acho que por gostar muito de segunda guerra mundial, esperava mais que só drama. Apesar de achar coerente e marcante, tudo que é passado pelos filmes.
Gran Torino, é tradicional, é sacado e inesperado e o melhor o Mr. Eastwood não quer fazer papel de ridículo e bancar o Rambo. Sem falar que tem um Gran Torino 72 que é simplesmente lindo.
O filme é bem dirigido.A historia é boa. E as atuações são boas. Ou seja todos os elementos necessários para o bom entretenimento estão lá. E é muito divertido ver um velho de 80 e tantos anos bancar o Dirty Harry. O que automaticamente me faz lembrar do meu avô que a uns anos atrás enquanto ainda andava no turbo por causa da bebida, vivia cismado que podia bater em qualquer um e que topava qualquer parada. Ele chegou ao extremo de dar tiros na direção do pé de goiaba no quintal de casa por que tinha um garoto roubando goiaba lá. Sem falar que avançou em um dos namorados da minha tia numa festa de família e perdi as contas de quantas vezes ele mandou gente ir embora lá de casa e chamou a família inteira de puta e ladrão.
Agora isso é bem engraçado. Ele não bebe mais e anda calmo feito um gatinho. Mas me faz pensar se isso vai acontecer comigo também, se eu de alguma forma vou fazer papel de ridículo. Acho que sim, isso faz parte. Afinal tenho que dar a chance de alguém falar de mim o que estou falando dele. É o famoso “what goes around, comes around”.

In Bruges




A muito não ria tanto. Bom provavelmente muita gente vai se perguntar que maldito senso de humor doentio é esse que tenho, afinal acho graça em gente morrendo.
Mas acho que por estar vivendo em Dublin, ver um Dublinner, falando me self e me Money é muito hilário. Esse filme é ótimo pra ver o que eu tenho que decifrar a cada dia. Tentem assistir sem as legendas. Fica mais interessante.
E a piadinha sobre a Belgica e os Belgas é bem legal. “em que os belgas são bons? Chocolate e pedofilia. E eles só inventaram o chocolate pra poder pegar as criancinhas”.
Bom comédia a parte a Cidade Bruges parece ser linda, e como tenho o privilégio de ter uma belga sentada no sofá ao meu lado, o mais natural foi perguntar sobre a cidade.
A resposta foi, “é a cidade mais linda da Belgica, Melhor que Bruxels e Liege que é minha cidade. Quando você vier me visitar em agosto ou setembro te levo lá”.
Bom mas o filme é hilário, e o Colin Farrell está muito bem, até lembra um pouco o inicio de sua carreira em filmes como Tigerland que por sinal é muito bom. Brendan Gleeson que é um ator inglês também está muito bem e em um papel bem diferente de tudo que já tinha visto ele fazer. E o Ralph Fiennes está simplesmente impagável e com um sotaque incrível, como um londrino mafioso.
Muito, muito bom.
É daqueles filmes pra não pensar muito, mas é diversão garantida. Afinal quem quer pensar no que fazer se por acaso resolver matar criancinhas. Ops ...

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Shakespeare Apaixonado

Revi hoje de madrugada "Shakespeare Apaixonado". Gosto bastante deste filme por vários motivos, mas o principal deles é a sequencia da estréia de "Romeu e Julieta". Gosto especialmente da parte logo após o final da peça quando os soldados invadem o palco para prender todos por exibirem uma mulher em público e a própria rainha Elizabeth intervém evitando a prisão de atores e "produtores" da peça. Neste momento a câmera nos transporta várias vezes para o alto das galerias de onde podemos ver aquele espetacular elenco (Judi Dench, Geoffrey Rush, Simon Callow, Tom Wilkinson, etc) interpretando naquele palco. Pra mim aquele momento é uma declaração de amor ao teatro e nos lembra o quão grande privilégio é presenciar talentosos atores em cena. Em uma época em que os efeitos visuais, desde explosões a mulitilações que seriam censuradas em documentários de guerra - como "Velozes e Furiosos", " massacre da serra elétrica" ou o remake de"Sexta-feira 13" - ou as continuações de qualquer filme tosco que tenha dado lucro - como "A pantera cor-de-rosa 2", "+ Velozes e + Furiosos" e "E se eu fosse você 2" - predominam nas salas de cinema, é importante lembrarmos que boas atuações são algo maravilhoso de se presenciar, seja ao vivo, seja pelo intermédio da câmera. Este é um dos motivos pelo qual gostaria de ser diretor de cinema. Trabalhar com atores talentosos seria um prazer, uma honra.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

The wrestler


Bom se você não vai assistir o filme. Eu to colocando aqui a melhor parte dele.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

The wrestler

Isso devia ter sido feito há quase uma semana atrás, mas só tive tempo de assistir o filme hoje. Então ai vai o que achei em três palavras de The Wrestler: Marisa Tomei Pelada. Bom se isso é mesa de boteco, isso é o que tenho pra falar.
Mas é um bom filme, barato sem elenco. E sem duvidas a redenção do Mickey Rourke. Que há décadas não tinha nada bom de verdade, com exceção de Sin City. Mas acho que Sin City não conta muito. Mas deixa isso pra lá esse post não é pra falar dele.
Não quero analisar o filme, mas ele me faz pensar assim como fez o Vô ai em cima. Mas não acho que o segredo seja viver tudo hoje, sem pensar no amanhã. E sim viver todos os dias aos poucos cultivando boas experiências e boas pessoas ao redor. Cultivar amigos de verdade. E tentar não quebrar tudo no caminho para a velhice. Porque chegar lá só com cacos, não vai te fazer bem. E ai sim você vai viver de passado, contando bravatas, que às vezes parecem ou são mentiras, e o pior contando pra gente que muitas vezes nem quer te ouvir.
Acho que essa é uma das cenas mais legais do filme, onde ele paga um lap dance, pra ser ouvido.
E outra coisa que me fez pensar foi a relação com a filha. Porra, como alguém pode abandonar um filho, e como um filho pode se virar contra um pai. Não quero discutir a qualidade de pais ou filhos, mas amor é uma coisa que liga essas pessoas. E vejo isso na minha casa, a forma como minha mãe é carinhosa e atenciosa com meus avôs. Meu pai era o mesmo com os seus pais até morrerem. E a forma como eu trato os meus. E sem duvidas se um dia eles precisarem de mim, não vou virar minhas costas. E meus irmãos também não. Na velhice, precisamos de todo mundo perto, é muito vazia, muito sozinha. Isso talvez seja um ponto pra eu repensar se não quero mesmo ter filhos. Por que quem vai cuidar de mim quando ficar velho?
Tenho duas opções, fico ricão e pago uma moça pra me aturar e me trair ou sigo com o plano de quando tinha uns 13 anos de idade e suicido num Dodge Dart 70 quando tiver 39, com a alegação de não querer ficar velho e ser rebelde claro. É as minhas opções não são boas. Mas os amigos são, e espero que as mulheres deles sejam boazinhas comigo, se não achar uma mocinha pra me aturar.
Bom mas acho que o filme é uma lição do que não fazer. De viver todo dia, ao invés de chegar a um ponto e só viver de passado, tentando ser um mártir. De não queimar todo o seu fogo de uma vez. E ficar soprando brasa no fim. Bom pra mim serviu pra ver o que não quero pro meu fim, e está me fazendo pensar o que tenho que fazer hoje pra ter o conforto que quero amanhã. Mas sem ficar só pensando no futuro e deixar meu hoje de lado. Por que quem vive pensando demais no amanhã, é pior que quem vive de passado. Por que esses sim não vão ter nem bravatas pra contar.
Ai chega que não to chegando a lugar nenhum.
Resumo: Vive hoje, com um olho no dia de amanhã, e fazendo o melhor possível, e sendo o melhor possível em tudo que fizer. Conserve seus amigos e não, não suicide em um Dodge 70 por que isso pode ser engraçado, mas não é solução.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O Lutador


Domingo fui ver O Lutador. Muito bacana o filme. Ele conta a história de um lutador de wrestling veterano que tem encarar sua velhice e decadência. Fiquei pensando na velhice, no final de nossa vida. Deve ser foda enfrentar essa época, pois acredito que nela aqueles personagens que criamos para nós mesmos se esvaem, se mostram verdadeiramente falsos e vazios. O sarado, a gatinha, o/a atleta, o/a caxias, personagens que inventamos pra tentar descobrir quem somos , mas que não passam de criações muito menores do que nossa verdadeira essência (com a licença de Platão). Músculos se atrofiam, a beleza perde o frescor, a agilidade dá lugar à lentidão dos passos e a boa memória à senilidade. Esse é o inevitável fim. Quando ele chega só temos nós memos e as consequências de nossas escolhas na juventude. O fim pode ser triste se não percebermos agora que nada dura para sempre, nem mesmo quem acreditamos ser. Prender-se à ilusão da eternidade das coisas só vai nos levar a um saudosismo, à uma nostalgia depressiva. Quando tudo passar, não adiantará tentar reviver o passado, pois ele também não existirá . Isso tudo só me faz reforçar a vontade de fazer o máximo agora. O Eu de agora faz X coisas que o Eu de amanhã não poderá fazer. Tenho que aprender a viver mais o hoje. "O tempo passa rapidamente. Não desperdice sua vida em vão" são as palavras do mestre.

ps: Ah, um filme muito, muito bom também sobre a perda da fama e a decadência é "Crepúsculo dos Deuses" (Sunset Boulevard) do Billy Wilder, de 1950. O filme é genial, fotografia linda, interpretações primorosas, um roteiro fantástico e surpreendente, apesar de muitas vezes imitado ao longo desses 58 anos de cinema que o sucederam.